Os órgãos de saúde alertam para o risco de uma geração de semissurdos antes dos 30 anos. De acordo com um comitê científico da União Européia, o som de 89 decibéis, cinco horas por semana, causa danos irreversíveis em cinco anos. Segundo o órgão, o número de pessoas com tímpanos lesados poderá chegar a 13 milhões em 2015, só na Europa.
O volume máximo de um iPod, o famoso tocador digital da Apple, chega a 120 decibéis. Parece pouco para quem vive nas barulhentas cidades brasileiras, mas não é. Os 120 decibéis equivalem a uma sirene de polícia ou a uma britadeira próximas à orelha. No Brasil, a lei proíbe ruído maior que 85 decibéis no ambiente de trabalho. Os tocadores ainda não indicam o volume em decibéis, mas a Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição recomendam não ultrapassar um quarto da capacidade do tocador. Depois de analisar 30 aparelhos populares, a associação constatou que todos os modelos conseguem reproduzir música acima dos três dígitos.
A doença do iPod, como vem sendo chamada, atinge os Estados Unidos, a China, o México e, mais recentemente, chegou ao Brasil. A percepção de que algo está errado com os ouvidos dos jovens já aparece nos consultórios médicos. Os fonoaudiólogos afirmam que, a exposição dos adolescentes a sons cada vez mais intensos está levando a uma redução precoce na sensibilidade auditiva. Eles dizem que o barulho do vento nas folhas, de cerca de 10 decibéis, já passa despercebido por eles, algo inesperado para alguém com 15 anos, embora ainda esteja dentro da normalidade.
O comportamento dos jovens justifica a preocupação. É muito comum ver adolescentes com o aparelho plugado no ouvido o dia inteiro. O volume às vezes é tão alto que dá para ouvir o som a mais de 1 metro de distância. E nem sempre se trata de uma forma de compensar os ruídos da cidade.
A grande maioria dos jovens usa fones internos, aqueles que se encaixam dentro da orelha e são os mais perigosos, segundo especialistas. As células ciliares do tímpano podem ser destruídas com o som alto e repetitivo. No Brasil, um projeto de lei estadual, de São Paulo, tenta proibir a venda de tocadores que atinjam mais de 90 decibéis.
Regule o volume de seu tocador
- Regule o tocador para um volume razoável em um ambiente silencioso. E não passe da metade da potência em hipótese alguma.
- Dê folgas cíclicas aos tímpanos. Para cada hora de música recomenda-se desligar o som por pelo menos 10 minutos.
- Invista em fones com isolamento acústico, principalmente se você gosta de escutar música em lugares barulhentos.
- Coloque o fone no ouvido, regule o volume e pergunte a alguém se consegue ouvir o som à distância de 1 metro de você.
Sinal de alerta: O corpo avisa quando os tímpanos dão conta do volume. Procure um especialista se você:
- Ouve um zumbido depois de tirar o tocador da orelha.
- Costuma ter a sensação de ouvido tampado.
- Sente dores de cabeça depois de usar o tocador.
Matéria retirada da revista Época (N° 568). Título original: Vida Útil: “A era dos surdos Digitais” Reeditada pelas as alunas Luana Monteiro e Dandara de Castro (Turma 2001/manhã).
O volume máximo de um iPod, o famoso tocador digital da Apple, chega a 120 decibéis. Parece pouco para quem vive nas barulhentas cidades brasileiras, mas não é. Os 120 decibéis equivalem a uma sirene de polícia ou a uma britadeira próximas à orelha. No Brasil, a lei proíbe ruído maior que 85 decibéis no ambiente de trabalho. Os tocadores ainda não indicam o volume em decibéis, mas a Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição recomendam não ultrapassar um quarto da capacidade do tocador. Depois de analisar 30 aparelhos populares, a associação constatou que todos os modelos conseguem reproduzir música acima dos três dígitos.
A doença do iPod, como vem sendo chamada, atinge os Estados Unidos, a China, o México e, mais recentemente, chegou ao Brasil. A percepção de que algo está errado com os ouvidos dos jovens já aparece nos consultórios médicos. Os fonoaudiólogos afirmam que, a exposição dos adolescentes a sons cada vez mais intensos está levando a uma redução precoce na sensibilidade auditiva. Eles dizem que o barulho do vento nas folhas, de cerca de 10 decibéis, já passa despercebido por eles, algo inesperado para alguém com 15 anos, embora ainda esteja dentro da normalidade.
O comportamento dos jovens justifica a preocupação. É muito comum ver adolescentes com o aparelho plugado no ouvido o dia inteiro. O volume às vezes é tão alto que dá para ouvir o som a mais de 1 metro de distância. E nem sempre se trata de uma forma de compensar os ruídos da cidade.
A grande maioria dos jovens usa fones internos, aqueles que se encaixam dentro da orelha e são os mais perigosos, segundo especialistas. As células ciliares do tímpano podem ser destruídas com o som alto e repetitivo. No Brasil, um projeto de lei estadual, de São Paulo, tenta proibir a venda de tocadores que atinjam mais de 90 decibéis.
Regule o volume de seu tocador
- Regule o tocador para um volume razoável em um ambiente silencioso. E não passe da metade da potência em hipótese alguma.
- Dê folgas cíclicas aos tímpanos. Para cada hora de música recomenda-se desligar o som por pelo menos 10 minutos.
- Invista em fones com isolamento acústico, principalmente se você gosta de escutar música em lugares barulhentos.
- Coloque o fone no ouvido, regule o volume e pergunte a alguém se consegue ouvir o som à distância de 1 metro de você.
Sinal de alerta: O corpo avisa quando os tímpanos dão conta do volume. Procure um especialista se você:
- Ouve um zumbido depois de tirar o tocador da orelha.
- Costuma ter a sensação de ouvido tampado.
- Sente dores de cabeça depois de usar o tocador.
Matéria retirada da revista Época (N° 568). Título original: Vida Útil: “A era dos surdos Digitais” Reeditada pelas as alunas Luana Monteiro e Dandara de Castro (Turma 2001/manhã).
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