As
turmas 1001 e 1002 (1º ano do ensino médio) do turno da manhã realizaram quatro
atividades sobre os modelos atômicos de acordo com a perspectiva histórica a
qual cada atividade foi submetida, sob a orientação dos graduandos do curso de Licenciatura Plena em Ciências Naturais: Química
da UEPA Mauro Souza, Ted Junior e Thiago Santos, e sob a supervisão da Professora Danúbia Tavares.
Com
estas atividades os alunos puderam compreender de forma prática o desenvolvimento
das teorias atômicas, vivenciando em cada atividade a perspectiva histórica dos
responsáveis pelo desenvolvimento desses modelos, no qual começamos com
Demócrito/Leucipo (século V a.C.), Dalton, Thomson e Rutherford-Bohr. A
importância dessas atividades realizadas foi principalmente de demonstrar aos
alunos que as modificações realizadas aos modelos atômicos só foi possível
porque outras teorias também estavam sendo desenvolvidas na época, como, por
exemplo, a influência da condutividade elétrica no modelo Pudim de Passas de J.
J. Thomson ou a radioatividade para o desenvolvimento do Modelo Planetário de
Rutherford-Bohr. Portanto cada modelo foi formulado de acordo com os
instrumentos científicos que existiam na época e as atividades foram realizadas
neste foco, de demonstrar a perspectiva histórica de cada teórico.
ATIVIDADE 01:
Dividindo Papel.
-
Foi fornecida a cada equipe uma folha de papel e propusemos que eles dividissem
o papel até não ser mais possível continuar com a subdivisão.
-
Com isso, submetemos os alunos à perspectiva do filósofo Demócrito, que
afirmava que o átomo era a menor unidade da matéria e vem do grego: a = não;
tomo = divisível. Assim, de forma prática e simples os alunos puderam
compreender a definição de átomo.
-
Por fim, pedimos aos alunos que desenhassem o que eles conseguiram ver no
“papel indivisível”, sendo dessa forma a primeira projeção do modelo atômico.
ATIVIDADE 02:
Método Dedutivo.
-
Foi dada a cada equipe uma caixa lacrada contendo um determinado objeto.
- Em
seguida, solicitamos que os alunos tentassem adivinhar o que havia dentro da
caixa (enfatizamos que o objetivo não era propriamente acertar o que havia
dentro da caixa).
-
Após isso, solicitamos que as equipes desenhassem o que eles achavam que havia
dentro da caixa. Por fim, os alunos abriram as caixas e compararam os objetos
com os desenhos.
A
importância da segunda atividade foi fazer os alunos compreenderem, pela
perspectiva de Dalton, que havia comprovação científica para a existência do
átomo, mas não era possível observá-lo de forma direta, ou seja, os alunos
puderam entender que o modelo de Dalton, apesar de ter fundamentos
experimentais, era também dedutivo, assim como a tentativa de adivinhar o que
havia dentro da caixa, uma vez que se sabia que havia algo na caixa
(comprovação), mas não se podia ver o que havia de fato (dedução).
ATIVIDADE 03:
Eletrização por Atrito.
- A
atividade foi demonstrada aos alunos a partir de um simples processo de
eletrização, em que foi utilizada uma caneta e alguns pedaços de papel. O
objetivo da atividade foi demonstrar a presença de cargas elétricas na caneta,
após sofrer atrito (processo de eletrização por atrito).
-
Com a caneta eletrizada, aproximamos dos pedaços de papel e as equipes puderam
visualizar a atração elétrica entre o papel e a caneta.
- A
partir da condução elétrica, os alunos puderam entender melhor sobre o modelo
atômico de Thomson ao afirmar a existência de cargas elétricas no átomo e pela
atividade feita, se o átomo é capaz de sofrer atração elétrica é porque o mesmo
possui carga elétrica. De modo prático, os alunos realmente entenderam o porquê
do modelo de Thomson ser conhecido como “Pudim de Passas”.
ATIVIDADE 04: O
Efeito Tyndall.
-
Demonstramos aos alunos a partir do experimento que a luz possui comportamento
de uma partícula ao incidir horizontalmente um laser sobre um béquer contendo
água.
- Os
alunos observaram a mudança de comportamento da luz após atravessar o béquer
com água, em que houve uma divergência da luz incidida.
- A
explicação para a divergência da luz ao atravessar o béquer com água se dá pelo
fato de que existem átomos presentes na água que são bombardeados pelas
partículas presentes na luz.
-
Foi solicitado aos alunos, em seguida, que eles propusessem outro modelo atômico,
agora sob a perspectiva histórica de Rutherford-Bohr, com base nos resultados
observados.
- O
objetivo era fazê-los ver na prática o que Rutherford havia observado no seu
experimento com o bombardeamento das partículas alfa, ou seja, grande parte da
luz permanecia centralizada no anteparo, portanto não sofreram nenhum desvio.
Já outra parcela das partículas foi desviada, causando a divergência da luz.
-
Por fim, os alunos construíram um modelo de acordo com o observado no Efeito
Tyndall, em que de modo geral, seus modelos propunham uma região do átomo que
seria neutra, o que permitia a passagem de algumas partículas sem sofrer desvio
(denominaram núcleo) e outra região do átomo que provocava alguma força
elétrica de atração/repulsão que fazia outra parte das partículas desviarem.
Como
encerramento das atividades, foi proposto um questionário aos alunos, que o
fizeram individualmente e responderam a quatro perguntas, sendo que a última
era de cunho pessoal, em que os alunos fariam uma avaliação da forma como nós
abordamos o conteúdo fora do ambiente de sala de aula. De modo geral, obtivemos
boas respostas e notamos através delas que os alunos realmente tinham
compreendido o assunto, sendo que a maioria respondeu que as abordagens fora de
sala de aula são bem mais interessantes, com relação à última questão, porque
eles conseguem praticar, interagir e dessa forma aprender melhor. Logo,
concluímos que a interação entre professor e aluno deve existir para que dessa
forma eles não somente sejam ouvintes e apenas absorvam o conhecimento que lhes
é dado, mas que possam interagir com outros alunos através da prática, de
dinâmicas, entre outros, pois dessa forma conseguimos fazer com que eles se
interessem pelas aulas e com isso obtenham melhor rendimento no processo de
aprendizagem.
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