A resposta para a
pergunta acima já tem resposta. O maior e mais potente telescópio do mundo será
construído a três mil metros de atitude, no deserto do Atacama (Chile).
Em
2020, Cerro Armazones, uma localidade no árido
deserto chileno, vai abrigar o maior telescópio ótico do mundo, o
Extremely Large Telescope (ELT).
O
ambicioso projeto do Observatório Europeu do Sul (ESO), organização astronômica
formada por 14 países, inclui um espelho de 40 metros de diâmetro, maior que o
de qualquer outro telescópio em operação ou mesmo em planejamento. O
supertelescópio será capaz de coletar luz dos objetos mais apagados e distantes
do universo.
O
espelho é a parte do telescópio que capta a luz do céu e a reflete em forma de
imagem. Quanto maior for essa peça, maior a sensibilidade do equipamento, ou
seja, melhor ele visualiza os objetos no céu, mesmo os menos brilhantes e os
mais distantes.
No caso do ELT, ele
será composto por cerca de 800 outros espelhos menores em forma de hexágono.
Juntos, formarão uma só peça capaz de coletar 15 vezes mais luz que o
telescópio Hubble, que tem a vantagem de estar no espaço.
Além
da tecnologia de ponta, o telescópio conta com as condições favoráveis de Cerro
Armazones: um ambiente alto e próximo do céu, há três mil metros de altitude;
seco, onde quase não há umidade ou nuvens que poderiam interferir na
visibilidade; e sem poluição luminosa – a cidade mais próxima, Antofagasta,
fica a 130 km de distância.
A
expectativa é que, com tamanha sensibilidade e a localização vantajosa, o ELT
consiga ver as regiões mais distantes do universo. O supertelescópio deverá
captar a luz das primeiras galáxias, ajudando a contar a história da formação
de tudo o que conhecemos.
“Essa
é a beleza da astronomia, quanto mais distante olhamos, mais nos aproximamos do
passado, por causa do tempo que a luz demora para chegar aos nossos olhos”,
comenta o diretor científico do ESO no Chile, Michael West.
O
ELT também deverá desempenhar papel importante na validação da teoria do
universo em expansão acelerada, tema que ganhou o Nobel de Física de 2011. Essa ideia foi verificada pela
medição do espectro da luz de galáxias que parecem se afastar da Terra.
Orçado
em um bilhão de dólares, o ELT começa a ser construído este ano (2014), com
obras de infraestrutura (estrada que leva ao local de instalação do ELT e
nivelamento do terreno para sua construção). A organização conta com os
recursos brasileiros para a construção do supertelescópio.
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